A utilização de vidros em projetos arquitetônicos, principalmente em fachadas, proporciona a melhoria da iluminação natural dos interiores sem necessariamente comprometer requisitos como conforto térmico e acústico. Aos painéis envidraçados, portanto, pode ainda estar associada a economia no consumo energético. Contudo, há desafios para o uso do material, como o relacionado às grandes dimensões das peças e à sua aplicação em lugares sujeitos a intempéries.
O projeto do Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR), localizado na zona portuária da capital fluminense, é composto pela junção de um palacete antigo e um prédio com fachada de vidro, além da cobertura ondulante que interliga as duas edificações. Para a nova construção, os arquitetos do então escritório Ber nardes Jacobsen Arquitetura optaram pelo uso do sistema C.Glass®, de vidros autoportantes, que dispensam o uso de caixilharia por sua estrutura de fixação ser composta de perfis de alumínio, em formato de “C”, que perfazem o requadro das peças. Nessa fachada, foram utilizados os modelos com vidros simples e duplos. Sua principal vantagem é a luminosidade que proporcionou aos interiores.
“Isso é possível por sua composição translúcida, semelhante à do vidro impresso, que permite e aprofunda a entrada de luz natural e difusa nos ambientes, ao mesmo tempo em que ameniza a intensidade dos raios solares em radiação direta”, esclarece a projetista Brenda Reis. Ela lembra ainda que o material possibilita a redução no consumo de energia elétrica em locais que contam com iluminação artificial. Em função da grande transmissão e difusão da luminosidade diurna, o produto deixa passar até 85% da iluminação solar incidente, garante Brenda. Instalações como a do MAR, feitas em cotas elevadas, apresentam um desafio maior de montagem, mas, segundo a projetista, a empresa conta com certificações para executar projetos dessa ordem. O C.Glass® possui ainda propriedades de isolamento acústico: 36 decibéis no sistema simples e 38 decibéis no duplo. Além disso, tem fator de proteção solar FS de 84% e 69%, respectivamente no simples e no duplo, referentes à porcentagem do calor incidente que passa pelo material.
Texto de Gabriela Nunes| Publicada originalmente em Projeto Design na Edição 425
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